Ocupação do trabalhador pode influenciar exposição a agentes biológicos
O monitoramento biológico ajuda a prevenir doenças no trabalho assim como identificar certas concentrações de agentes no meio laboral.18/02/2016
A preocupação em evitar o surgimento de doenças decorrentes da exposição dos indivíduos a agentes químicos no ambiente de trabalho conduzir à tomada de medidas de prevenção. Estas são a base do monitoramento biológico e consistem em verificar se a concentração destes agentes ou de seus metabólitos no organismo dos trabalhadores esta dentro dos níveis estabelecidos por órgãos governamentais ou pela comunidade científica.
Os indicadores biológicos de exposição e os índices biológicos máximos permitidos são determinados por meio de estudos experimentais e casos clínicos.
Aqui no Brasil, a Norma Regulamentada n.º 7 (NR 7) estabelece os parâmetros biológicos para controle da exposição a agentes químicos. Conforme esta Portaria todos os empregados e instituições que admitam trabalhadores como empregados são obrigados a elaborar e implementar o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). O referido programa tem por objetivo promover e preservar a saúde dos trabalhadores.
Esta monitorização biológica complementa o monitoramento ambiental e a vigilância à saúde, considerando-se que determina a exposição global diretamente no indivíduo e detecta efeitos precoces e reversíveis, proporcionando uma melhor estimativa de risco.
Duas outras normas, a NR 9 e NR 32, ajudam a controlar agentes biológicos nos ambientes de trabalho que são capazes de causar danos à saúde do trabalhador, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, bem como a probabilidade de exposição ocupacional a agentes biológicos, respectivamente. Ou seja, é necessário analisar os agentes biológicos capazes de causar danos e o seu tempo de ação sobre o homem.
Entende-se como agentes biológicos: fungos, bactérias, protozoários, vírus, clamídias, parasitas, microrganismos geneticamente modificados e também substâncias ou produtos de origem biológica como toxinas, enzimas, príons, etc.
Estes agentes são classificados em 4 níveis, de acordo com seu risco individual e coletivo, além da sua profilaxia ou tratamento. Os níveis são:
Classe de risco | Risco individual | Risco Coletivo | Profilaxia ou tratamento |
1 | Baixo | Baixo | Não se aplica |
2 | Moderado | Baixo | Existem para alguns |
3 | Elevado | Moderado | Existem para alguns |
4 | Elevado | Elevado | Não existem ainda |
Precaução x Prevenção
Ações de precaução podem ser adotadas antes de ter ideia de qualquer risco de fato existente, bastando presumi-lo. E também indicadores de exposição usados para monitorar a eficácia das medidas de proteção e prevenção já implantadas, e não somente para planejar e implantar as primeiras medidas.
Estas ações são iniciadas com a antecipação e reconhecimento das fontes e vias de transmissão, sua avaliação, seguida do monitoramento da exposição e dos possíveis efeitos, e por último, com a avaliação da eficácia das medidas e ações do programa.